Me querem mãe,
e me querem fêmea.
...Me querem líder,
e me fazem submissa.
Me fazem omissa,
e me cobram participação.
Me impedem de ir,
e me cobram a busca.
Me enclausuram nas prendas do lar,
e me cobram conscientização.
Me podam os movimentos,
e me querem ágil.
Me castram o desejo,
e me querem no cio.
Me inibem o canto,
e me querem música.
e me cobram liberdade.
Me impõe modelos, gestos,
e me querem única.
Me castram, me podam,
falam e decidem por mim,
e me querem plena e absoluta. Que descompasso !
Rayana Odete Gasparim Paiva
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Lena,
ResponderEliminarAdorei a escolha da poesia que diz tanto sobre as exigências díspares e multiplas feitas a mulher. Por escolha, escolho não atender a todas.
Beijo de boa noite e desejo que tenha um ótimo final de semana
Sim, eu também escolho não escolher todas. Aliás como podia?
ResponderEliminarAinda bem que gostou.
Sabe, vindo de si, é um elogio muito grande.
Obrigada!
Com carinho,
Lena